Como ressuscitar de uma morte não planejada?
Como renascer do vazio?
Como seguir?
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
quinta-feira, 26 de julho de 2018
A racionalidade explica de modo fácil e leve que é só deixar seguir.
Medita. Deixa para lá. Explica.
Daí você encontra e parece que foi ontem.
Dá vontade de tocar, abraçar, passar a noite conversando.
Dá vontade de beijar, deixar o corpo deslizar...
Respira.
Inspira.
Expira.
Sai de perto.
Fica o vazio que só foi tapado com folhas soltas.
Passar o dia com as meninas... e a sensação que tudo era para ser simples.
Era só estar ali.
A conversa na mesa, o comentário do futebol, o programa perdido.
Silêncio.
Não se fala.
Os olhos se enchem de lágrimas.
Vamos seguir.
Coloca som na caixa, levanta a cabeça.
O tempo faz passar. Vai passar.
Você sabe que não era nada além de uma ilusão.
Uma benção não estar com o quase...
A sina do quase...
A vontade de ser por inteiro.
A impossibilidade de ser inteiro com quem não quer.
Nada de mais.
Mas o Ronaldinho é sim melhor que o Messi. E ele seria sim melhor na pelada.
Efeitos da solidão.
Já vai passar.
Medita. Deixa para lá. Explica.
Daí você encontra e parece que foi ontem.
Dá vontade de tocar, abraçar, passar a noite conversando.
Dá vontade de beijar, deixar o corpo deslizar...
Respira.
Inspira.
Expira.
Sai de perto.
Fica o vazio que só foi tapado com folhas soltas.
Passar o dia com as meninas... e a sensação que tudo era para ser simples.
Era só estar ali.
A conversa na mesa, o comentário do futebol, o programa perdido.
Silêncio.
Não se fala.
Os olhos se enchem de lágrimas.
Vamos seguir.
Coloca som na caixa, levanta a cabeça.
O tempo faz passar. Vai passar.
Você sabe que não era nada além de uma ilusão.
Uma benção não estar com o quase...
A sina do quase...
A vontade de ser por inteiro.
A impossibilidade de ser inteiro com quem não quer.
Nada de mais.
Mas o Ronaldinho é sim melhor que o Messi. E ele seria sim melhor na pelada.
Efeitos da solidão.
Já vai passar.
segunda-feira, 9 de julho de 2018
domingo, 8 de julho de 2018
Tudo só depende de mim.
- Não reclamar.
- Agradecer. Ser grato.
- Pensamentos positivos.
- Acreditar nos meus sonhos.
- Ser livre.
- Não esperar nada do outro.
- Não brigar.
- Ter fé.
- Aceitar as coisas como elas são.
... é que sou mesmo incompetente e não consigo fazer nada disso.
Tudo só depende de mim.
Eu que no fundo não quero mudar.
Eu que me alimento da minha própria dor.
Não há porque ter medo da minha filha com o pai. Devo confiar (coração dói só de pensar isso).
Não há porque temer.
Só deixar para lá e viver a minha vida.
Se reclamo é porque sou mal resolvida. Sou louca. Sou essa merda.
- Não reclamar.
- Agradecer. Ser grato.
- Pensamentos positivos.
- Acreditar nos meus sonhos.
- Ser livre.
- Não esperar nada do outro.
- Não brigar.
- Ter fé.
- Aceitar as coisas como elas são.
... é que sou mesmo incompetente e não consigo fazer nada disso.
Tudo só depende de mim.
Eu que no fundo não quero mudar.
Eu que me alimento da minha própria dor.
Não há porque ter medo da minha filha com o pai. Devo confiar (coração dói só de pensar isso).
Não há porque temer.
Só deixar para lá e viver a minha vida.
Se reclamo é porque sou mal resolvida. Sou louca. Sou essa merda.
Talvez fosse só fome, mas a tristeza era tão grande que não queria ir até à cozinha. Talvez se dormisse melhorasse, mas a dor na alma não a deixava descansar.
Queria poder falar, sentia-se só. As coisas aconteciam e parecia que seu tempo era outro.
Tentou falar. Chorou. Mas estava bêbada e ninguém a ouviu. As lágrimas desceram. O pranto secou. A vontade de ir embora só aumentava. Se sentia uma fracassada. Fraca. Inútil. Não tinha muito mesmo com o que contribuir no mundo.
Via tudo se desmoronando a sua volta. Cansada. Exausta. Queria ir.
Via perdendo sua filha. Chorava. Sua luta em nada resultava. Sensação de ter que pensar em tudo sozinha. Não sabia mais o que era o certo. Parecia que tudo era falso.
Sabia que lhe doiria, mas que acabaria por, mais uma vez fazer as vontades do pai da criança. Não tem, nunca teve e nunca terá forças para lutar contra ele. Ele sempre vence. Sempre.
Não queria mais ver ninguém.
Somente mesmo ir trabalhar. Era o que lhe restava. Precisava ganhar aquele dinheiro para pagar as dívidas.
Comprou um sapato. Vai faltar no fim do mês.
Há anos não comprava um sapato.
Já está no cheque especial e nem começou a pagar as contas.
Parar de sair. Não pode mais.
Melhor assim.
As pessoas são felizes e têm a vida com amigos.
As pessoas têm em quem confiar.
As pessoas conversam.
Ela não.
Queria poder falar, sentia-se só. As coisas aconteciam e parecia que seu tempo era outro.
Tentou falar. Chorou. Mas estava bêbada e ninguém a ouviu. As lágrimas desceram. O pranto secou. A vontade de ir embora só aumentava. Se sentia uma fracassada. Fraca. Inútil. Não tinha muito mesmo com o que contribuir no mundo.
Via tudo se desmoronando a sua volta. Cansada. Exausta. Queria ir.
Via perdendo sua filha. Chorava. Sua luta em nada resultava. Sensação de ter que pensar em tudo sozinha. Não sabia mais o que era o certo. Parecia que tudo era falso.
Sabia que lhe doiria, mas que acabaria por, mais uma vez fazer as vontades do pai da criança. Não tem, nunca teve e nunca terá forças para lutar contra ele. Ele sempre vence. Sempre.
Não queria mais ver ninguém.
Somente mesmo ir trabalhar. Era o que lhe restava. Precisava ganhar aquele dinheiro para pagar as dívidas.
Comprou um sapato. Vai faltar no fim do mês.
Há anos não comprava um sapato.
Já está no cheque especial e nem começou a pagar as contas.
Parar de sair. Não pode mais.
Melhor assim.
As pessoas são felizes e têm a vida com amigos.
As pessoas têm em quem confiar.
As pessoas conversam.
Ela não.
sexta-feira, 29 de junho de 2018
Tudo que queria era um abraço. O sentimento de solidão batia e chegava a enlouquecer. Queria poder compartilhar da vida, do cotidiano, dos problemas no trabalho, dos sonhos em construção. Queria poder brindar com amor e com afeto à vida. Tentava se esforçar para gostar de si mesma. Tentativas em vão. O desejo de se sentir querida era maior.
Durante muitos anos viveu no medo. Como num quarto escuro. Não. Como em um porão escuro. Sentia vontade de conhecer a luz do dia. Sentia medo e o medo a paralisava. Andar sozinha parece missão impossível. A luz cega. A dor é maior. Tentou caminhar, mas parava na porta. Queria sair. Não conseguia.
Lembrava de seus movimentos e das dores vividas. Não tinha mais forças para viver aquilo tudo novamente. Saía às ruas e via os casais felizes, os amigos sorrindo e entendia que aquilo não era o seu lugar. Não tinha mais assuntos com os amigos. Não tinha mais nada para compartilhar. Queria falar de si, da vida, das ideais. Mas tudo isso era sempre inconveniente. Poderia passar a noite conversando, mas a solidão a fazia falar com as paredes.
Queria explicar a angústia que o trabalho a causava, a dificuldade de lidar com tamanha violência, a percepção que tinha da lógica punitivista que a cercava. Ninguém se interessava por isso. Para todos havia um quê de loucura em suas palavras. Talvez fosse mesmo louca. Era tudo tão natural para todo mundo! E ela ali, perdida naquele caminhar.
Sua vontade era correr, fugir. Era provar ao mundo que estava certa, que não era louca. Mas ninguém queria saber. Todos estavam felizes com suas vidas. Se sentia imatura e sozinha. Se sentia mal em todos os espaços que vivia. Era um peso, um incômodo.
Sentia medo do pai de sua filha. Ninguém entendia porquê. Via que ele era capaz de fazer qualquer coisa, pelos mais diversos meios e violências. Ninguém acreditava. Ele fazia. Ela tentava mostrar. Devia seguir sua vida.
Queria compartilhar com alguém a sua dor. Era demasiada para qualquer um. Queria um abraço. Se sentir acolhida e amada. Nem pensava mais em sexo. Isso não fazia mais parte de seus desejos. Se sentir desejada com mulher não tinha mais espaço nem nas fantasias mais remotas. Queria um carinho, uma palavra.
Lutando contra a vontade de ter alguém tentava seguir. O mais importante era um trabalho menos pior. O mais importante, depois, era não atrapalhar mais as pessoas com suas dores.
Aprender a ficar só... Talvez fosse o momento de aprender isso. Ou aprender a conviver sem medo com as pessoas. Ou, quem sabe, ir embora.
As pessoas são leves e felizes.
As pessoas sabem dançar e não precisam beber para conviver no mundo.
As pessoas têm assunto.
As pessoas têm trabalhos legais.
As pessoas têm amigos.
São lembradas. São cuidadas. São queridas.
Ela só atrapalhava. Todos dançando e ela queria conversar... Só assunto chato.
Sempre arrumou um casinho para tapar esse buraco. Não tinha nem mais isso.
As pessoas recebem abraços.
Eu não.
Durante muitos anos viveu no medo. Como num quarto escuro. Não. Como em um porão escuro. Sentia vontade de conhecer a luz do dia. Sentia medo e o medo a paralisava. Andar sozinha parece missão impossível. A luz cega. A dor é maior. Tentou caminhar, mas parava na porta. Queria sair. Não conseguia.
Lembrava de seus movimentos e das dores vividas. Não tinha mais forças para viver aquilo tudo novamente. Saía às ruas e via os casais felizes, os amigos sorrindo e entendia que aquilo não era o seu lugar. Não tinha mais assuntos com os amigos. Não tinha mais nada para compartilhar. Queria falar de si, da vida, das ideais. Mas tudo isso era sempre inconveniente. Poderia passar a noite conversando, mas a solidão a fazia falar com as paredes.
Queria explicar a angústia que o trabalho a causava, a dificuldade de lidar com tamanha violência, a percepção que tinha da lógica punitivista que a cercava. Ninguém se interessava por isso. Para todos havia um quê de loucura em suas palavras. Talvez fosse mesmo louca. Era tudo tão natural para todo mundo! E ela ali, perdida naquele caminhar.
Sua vontade era correr, fugir. Era provar ao mundo que estava certa, que não era louca. Mas ninguém queria saber. Todos estavam felizes com suas vidas. Se sentia imatura e sozinha. Se sentia mal em todos os espaços que vivia. Era um peso, um incômodo.
Sentia medo do pai de sua filha. Ninguém entendia porquê. Via que ele era capaz de fazer qualquer coisa, pelos mais diversos meios e violências. Ninguém acreditava. Ele fazia. Ela tentava mostrar. Devia seguir sua vida.
Queria compartilhar com alguém a sua dor. Era demasiada para qualquer um. Queria um abraço. Se sentir acolhida e amada. Nem pensava mais em sexo. Isso não fazia mais parte de seus desejos. Se sentir desejada com mulher não tinha mais espaço nem nas fantasias mais remotas. Queria um carinho, uma palavra.
Lutando contra a vontade de ter alguém tentava seguir. O mais importante era um trabalho menos pior. O mais importante, depois, era não atrapalhar mais as pessoas com suas dores.
Aprender a ficar só... Talvez fosse o momento de aprender isso. Ou aprender a conviver sem medo com as pessoas. Ou, quem sabe, ir embora.
As pessoas são leves e felizes.
As pessoas sabem dançar e não precisam beber para conviver no mundo.
As pessoas têm assunto.
As pessoas têm trabalhos legais.
As pessoas têm amigos.
São lembradas. São cuidadas. São queridas.
Ela só atrapalhava. Todos dançando e ela queria conversar... Só assunto chato.
Sempre arrumou um casinho para tapar esse buraco. Não tinha nem mais isso.
As pessoas recebem abraços.
Eu não.
Esquece. Esquece. Esquece. Esquecer.
Ignorar. Apagar. Abafar. Negar.
Esquece. Esquece.
Não sentir.
Sonhar destrói o coração.
Esquece.
Não importa. Nada importa.
É da vida. Acontece. Só um papo.
Esquece. Esquece. Esquece.
Tudo não passa de construção social. Cultural.
Não é essência. Não faz sentido.
Esquece.
Deseje o bem.
O resto deixa para lá...
Ignorar. Apagar. Abafar. Negar.
Esquece. Esquece.
Não sentir.
Sonhar destrói o coração.
Esquece.
Não importa. Nada importa.
É da vida. Acontece. Só um papo.
Esquece. Esquece. Esquece.
Tudo não passa de construção social. Cultural.
Não é essência. Não faz sentido.
Esquece.
Deseje o bem.
O resto deixa para lá...
complexos e contradições.
Me sinto só. E absolutamente incapaz de seduzir alguém. Faz tanto tempo que não tenho ninguém que já não sei como é. Queria um abraço. Não sinto mais falta de sexo, mas de carinho. Queria ter alguém com quem conversar e compartilhar a vida. Mas se saio me sinto absolutamente impotente para pensar em começar a seduzir alguém. Fico só. Triste. Choro. Volto para casa pior do que quando fico presa na minha solidão.
Queria um abraço.
Sou tão chata e feia assim???
Me sinto só. E absolutamente incapaz de seduzir alguém. Faz tanto tempo que não tenho ninguém que já não sei como é. Queria um abraço. Não sinto mais falta de sexo, mas de carinho. Queria ter alguém com quem conversar e compartilhar a vida. Mas se saio me sinto absolutamente impotente para pensar em começar a seduzir alguém. Fico só. Triste. Choro. Volto para casa pior do que quando fico presa na minha solidão.
Queria um abraço.
Sou tão chata e feia assim???
sexta-feira, 11 de maio de 2018
Repetia seu nome como se fosse um mantra. Vinha de dentro, nem sabia porquê. Sentia falta de suas palavras, de suas conversas. Sentia falta de um monte de coisas que em nada tinham a ver com ele. Repetia. Queria chama-lo, involuntariamente, para estar ao seu lado.
A razão explicava tudo e nada fazia com que após cada experiência que a fizesse ir para o lado de dentro a vontade de encontrar a paz que ele lhe trazia não voltasse. Queria ouvir aquelas palavras fáceis, pequenas reflexões, que com a leveza que lhe era particular, conseguiam amenizar tantas dores.
Não ligaria. Nem ela, nem ele. Não haveria mensagens. Não se encontrariam nem por acaso (pois o acaso depende de um certo esforço e intencionalidade). Apagaria tudo, negaria a saudade. Só não poderia sentir medo. O medo, a dor faziam subir como vermes que escapam pelos olhos, nariz e boca em noite de lua cheia, e seu nome transbordava.
A razão explicava tudo e nada fazia com que após cada experiência que a fizesse ir para o lado de dentro a vontade de encontrar a paz que ele lhe trazia não voltasse. Queria ouvir aquelas palavras fáceis, pequenas reflexões, que com a leveza que lhe era particular, conseguiam amenizar tantas dores.
Não ligaria. Nem ela, nem ele. Não haveria mensagens. Não se encontrariam nem por acaso (pois o acaso depende de um certo esforço e intencionalidade). Apagaria tudo, negaria a saudade. Só não poderia sentir medo. O medo, a dor faziam subir como vermes que escapam pelos olhos, nariz e boca em noite de lua cheia, e seu nome transbordava.
quarta-feira, 9 de maio de 2018
sábado, 5 de maio de 2018
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